Cientistas da universidade
de Maastricht, na Holanda, criaram um hambúrguer a partir de células estaminais
de bovinos, que foi hoje oficialmente provado em Londres.
O cientista Mark Post,
responsável por este projeto, pretende demonstrar que é perfeitamente viável “fazer”
carne em laboratório, para satisfazer o elevado consumo de carne, com menores
custos para o meio ambiente, e sem necessidade de sacrificar animais.
De acordo com declarações do
cientista Mark Post, ao jornal “The Guardian”, “as vacas são ineficientes pois
consomem 100 g de proteína vegetal, para produzirem apenas 15 g de proteína
animal comestível”. Para obtermos cerca de 700 Kg de proteína animal comestível,
a vaca tem que consumir cerca de 4.670 Kg de proteína vegetal!!!!
Este hambúrguer proveta tem
apenas proteínas, não contendo gordura ou colesterol. O cientista Mark Post
pretende introduzir alguma gordura no próximo hambúrguer, e produzir carne com
vários sabores, como por exemplo a peru, porco, borrego, atum, salmão …
Procurando agradar a todas as preferências gustativas.
Quem provou este 1º hambúrguer
proveta, disse que o seu sabor é semelhante à versão original, mas que
apresenta uma textura mais consistente. Na sua composição, para além das
células estaminais de vaca, contém ovo, açafrão e outros temperos.
Todo este projeto teve um custo
da módica quantia de 250.000 €, e pensa-se que a carne de laboratório, possa
começar a ser comercializada nos próximos 10 anos.
De acordo com o “pai” do 1º hambúrguer
proveta, “o consumo de carne vai duplicar nos próximos 40 anos, e se atualmente
já usamos 70% das nossas capacidades agrícolas para produzir carne, teremos que
encontrar alternativas” e assim “reduziremos substancialmente a produção de
gases resultantes da criação de gado, e o efeito estufa”, afirma o cientista.
Como Dietista – Especialista
em Nutrição e Dietética – cabe-me questionar quais os efeitos secundários, da
criação de carne proveta, para a saúde dos humanos. E também para o meio
ambiente, pois certamente estará a surgir mais uma indústria poluidora!
Por outro lado, a par do aumento
do consumo de carne, tem aumentado “brutalmente” o nº de mortes e morbilidades
por doenças cardiovasculares, por alguns tipos de cancro associados a um
consumo excessivo da mesma, por obesidade, por insuficiência renal e por insuficiência
hepática. E de muitas outras patologias associadas a um elevado consumo de
carne!
Não precisamos, nem devemos
consumir tanta carne! A solução passa por incutir bons hábitos alimentares a
nível mundial, dos quais faz parte a redução do consumo de carne, e não o
contrário.
E parece que descobriram a
pólvora! Atualmente, existem substitutos vegetais para a carne, como o seitan,
o tofú, as salsichas, os enchidos, os hambúrgueres à base de proteínas de
origem vegetal, que são deliciosos e muito saudáveis.
É só aprender a cozinhá-los,
pois tal como a dita carne, se não forem devidamente temperados, não têm um
sabor muito apelativo. Mas experimentem comer um bife de vaca ou peru sem
tempero, e verão que não sabe a nada. Há que aprender a “dar sabor” de forma
natural, arriscando novas misturas de sabores, como por exemplo adicionando
flor de sal, curcuma, pimentão-doce, salsa, coentros ou cebolinho, e mais “um
pouco do que apetecer no momento”!
Todos os dias alguém me diz
nas consultas “eu gostava de experimentar pratos vegetarianos, mas não sei como
os fazer”, e eu explico passo a passo, adaptando a cada caso. E ao fim de algum
tempo, voltam e dizem-me que experimentaram “isto e aquilo” e que gostaram
imenso.
Nós somos animais – isso mesmo,
animais – e como tal, fazemos parte da Natureza, e nunca nos devemos esquecer
disso! E como tal, devemos alimentar-nos do que a Natureza tão sabiamente nos
oferece, e não de “tretas caras criadas em laboratório”!
O nosso corpo não está
preparado para tal, e já basta a imensa panóplia de químicos que recebe constantemente,
a todo o instante e por todas as vias, como os fármacos, os cosméticos, a
poluição ambiental, as radiações …
E os cientistas que se
deixem de “modernices” e lembrem-se que a chave para uma boa saúde, e uma boa
qualidade de vida passam pelo retorno à alimentação do tempo dos nossos avós –
a Famosa e mais que estudada e Reconhecida DIETA MEDITERRANICA!
Copyright: © By Eduarda
Alves, 2013. Todos os direitos reservados. Proibida qualquer reprodução.
Saudações
nutritivas,
Eduarda
Alves.
Dietista –
Membro efetivo da Ordem dos Nutricionistas, da Associação Portuguesa de
Dietistas e da Sociedade Portuguesa de Fitoquímica e de Fitoterapia.